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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A ESSÊNCIA DIVINA











A ESSÊNCIA DIVINA

No universo, nos mais diversos planetas, encontramos diversas formas de vida. São
manifestações divinas, algumas ainda em desenvolvimento, outras, um pouco mais
adiantadas. Refiro-me a seres em evolução, que passam por estágios como o reino
mineral, o vegetal, o animal, até que um dia atingirão a forma humana, a manifestação
humana. É preciso compreendermos que somos uma unidade divina, um ponto de luz,
que aos poucos vai crescendo, evoluindo e se desenvolvendo através de vários meios,
passando por vários estágios de desenvolvimento. A esta unidade divina chamamos
de essência - a Essência Divina. O universo, e toda a criação, é composta por infinitas
unidades divinas, em seus diferentes graus de natureza e evolução, todas elas
vibrando em harmonia com o Criador Absoluto.
Uma essência, por si só, é apenas uma energia de natureza específica e vibra em
determinada frequência. Esta vibração corresponde exatamente ao grau evolutivo
desta essência. Em determinado momento a essência, no decorrer de sua longa
jornada evolutiva, irá adquirir corpos de manifestação na natureza, em seus planetas,
onde vivem e se desenvolvem. Através destes corpos, poderão se manifestar junto à
natureza de alguma forma. Existem seres vegetais, animais, elementais, todos em
seus planos de vibração correspondentes, a que pertencem, e dentro destes planos
vibratórios eles possuem funções específicas.
No planeta Terra, podemos observar o nosso ecossistema. Existem animais de várias
espécies, compartilhando um mesmo habitat, onde prevalece a lei do mais forte, e um
ciclo de vida em que os animais alimentam-se uns dos outros sem causar
desequilíbrio na reprodução das espécies, embora o homem tenha causado muitas
vezes este desequilíbrio.
A natureza, os seres, e tudo o que existe na criação, portanto, se manifesta de alguma
forma e evolui dentro dos seus padrões e funções na perfeita harmonia cósmica e
universal. Assim como conhecemos um ecossistema terrestre, há também um sistema
maior, um sistema universal. Este sistema é composto de planetas, sistemas solares,
galáxias, constelações, e nisto que conhecemos por macrocosmo existe também uma
perfeita harmonia de evolução dos seres, e dos planetas onde estes vivem.
Enfim, podemos nos reconhecer, desta forma, como parte desta grande e maravilhosa
criação, a partir do momento em que soubermos que somos uma unidade de energia,
de natureza específica e um grau de evolução específico. Nós somos a própria
manifestação divina, e se nós existimos, é porque Deus existe.
Tudo no universo é energia que vibra em determinado plano ou dimensão espaço-
temporal, e toda energia possui uma natureza específica que pode ser inteligente ou
não. Todos os seres do universo e da Criação Divina, em determinada época de sua
jornada evolutiva, ainda não possuíam a inteligência, o raciocínio. Com o tempo estes
seres foram evoluindo, das mais diversas formas, até que atingiram o mínimo de
evolução suficiente para que passassem a pensar de forma inteligente.
Assim surgiu o EGO, a personalidade. Cada ser, manifestando-se em um corpo físico,
possui um DNA, um código genético hereditário que determina suas características
mais peculiares. Assim sendo, podemos dizer que somos uma essência divina
vestindo um corpo e assumindo características específicas, visando à evolução da
consciência racional e inteligente. Através da inteligência, ao longo dos tempos, o
homem foi evoluindo em várias civilizações e nas mais diversas culturas. Estas
vivências possibilitam ao homem conhecer, em maior amplitude, a si próprio bem
como ao seu semelhante. O homem, a partir do momento em que se torna um ser
inteligente e racional, não desenvolve sozinho esta inteligência. A partir de seu próprio
esforço em evoluir no decorrer dos tempos, o homem foi capaz de absorver a
Inteligência Divina, a qual está presente em todos os lugares e em todas as formas de
vida. Nada pertence ao homem. O homem é apenas a manifestação divina revelando-
se de forma inteligente. Assim sendo, não é necessariamente o homem o ser
inteligente, mas sim o seu próprio Deus que é a sua essência Divina. Todos sabemos
que Deus é infinitamente amoroso, justo e sábio, e como somos apenas a
manifestação do Criador Absoluto, apenas expressamos aos outros o nosso próprio
Deus que nós somos, assim como todos também o são.
As características próprias do ego humano, ou personalidade, fazem parte de todo um
estágio e processo evolutivo do qual a raça humana atual ainda faz parte. O homem
primeiro precisa reconhecer-se como unidade divina, para que possa então avançar a
outros níveis mais elevados espiritualmente. Para isso, ele precisará passar por
inúmeras vivências experimentando os mais diversos tipos de estados de consciência,
visando sempre o conhecimento da razão superior destas suas vivências em
diferentes situações e características. Quando o homem desenvolve a sua inteligência,
o seu conhecimento espiritual, e quando aprende as leis espirituais básicas da
harmonia vital, tanto interior como exterior, ele não mais precisará passar por estas
experiências de aprendizado.
O homem atualmente vive em uma difícil e complexa sociedade, a qual é rigorosa em
todos os aspectos quanto à sua disciplina material. O homem passa então, por um
estágio de reconhecimento das leis da natureza, através de experiências que lhe
proporcionam oportunidades de saber conviver com si próprio, e com o próximo,
respeitar ao próximo assim como gostaria de ser respeitado, amar ao próximo como
gostaria de ser amado; pois todos os seres são Filhos do mesmo Deus Criador, e
todos são manifestações deste mesmo Deus, embora de muitas maneiras e
características diferentes. Esta é a Consciência Crística, a qual há muito tempo o
homem tem precisado encontrar, porém, encontra-se atualmente em verdadeira
estagnação em sua própria evolução, devido aos grandes desvios de suas
personalidades e as consequências cármicas.
Devido à estes desvios cometidos pelo homem, a genética hereditária humana sofreu
péssimas consequências no decorrer do tempo. A genética humana hoje não é
perfeita, pois as consciências humanas transmutaram e desequilibraram
negativamente as energias harmônicas da natureza, que trabalham desde as
formações dos corpos no útero da mulher, bem como no desenvolvimento posterior
dos mesmos.
O carma é gerado não somente por individualidades, mas também por culturas,
civilizações e países, e geralmente estes acabam se auto-destruindo, de alguma
forma, por não possuírem mais condições de reverterem seus quadros negativos
perante a natureza. As leis da natureza encarregam-se naturalmente de fazer com que
todas aquelas civilizações inteiras, cujos carmas chegariam à determinado limite, se
autodestruíssem, porque toda reação das leis naturais é resultante antes de tudo de
uma ação. Todos têm aquilo que merecem segundo suas obras; cada um colhe os
frutos daquilo que semeia.
Assim, quando uma cultura, uma civilização, um país e até mesmo um planeta inteiro
é afetado pelo carma, toda a genética hereditária da raça desta civilização torna-se
desequilibrada, propensa a grandes imperfeições e sujeita ao surgimento de perigosas
doenças.
Em planetas mais evoluídos, cujos carmas não mais existem, os seres apresentam
plena perfeição em suas genéticas, e suas aparências físicas não têm imperfeições tal
como obesidade, problemas dermatológicos, etc; além de não existirem doenças
nestas civilizações. Isso porque eles souberam e sabem manter em equilíbrio as leis
da natureza, procurando sempre a busca do conhecimento espiritual e universal, a
busca das razões Divinas.
Atualmente, em nosso planeta, vivemos em tempos difíceis onde o homem não mais
consegue lembrar-se de suas divinas origens. O homem encontra-se atualmente
"emperrado" em sua evolução consciencial que, como vimos, faz parte da evolução do
todo nas diferentes formas da manifestação divina. O homem perverteu-se dentro de
sua sociedade, desligou-se espiritualmente das razões maiores de sua existência, que
visam sempre a evolução. O homem esqueceu-se que é a manifestação divina, por
isso, ele pensa ser apenas o que é no momento: um ser de carne e osso, com um
cérebro inteligente e racional, sendo que na verdade ele é muito mais que isso; ele é
um ser encarnado, "vestido" de uma determinada personalidade a qual possui
determinadas qualidades sendo algumas delas positivas e outras negativas. Sim,
porque o ego ou personalidade tem seus defeitos, gerados na genética humana
devido ao carma da civilização terrestre. Assim, o homem convive em um grande
desequilíbrio interno, pois deixa-se influenciar por certos aspectos, dando a ele
entender que pode possuir poder, pode dominar e tornar-se um ser poderoso. A
ganância, a ambição negativa pelo poder e pelo dinheiro, fazem do homem um
escravo das forças inferiores. O homem precisa conscientizar-se imediatamente que
ele tudo possui, pois ele é a manifestação do seu Deus Criador, não sendo no
entanto o próprio Deus Criador. O homem precisa conscientizar-se de sua divindade
para que possa resgatar, através do tempo e do esforço, aquilo que ele próprio
sempre foi, o verdadeiro filho de Deus, feito igualmente à sua imagem e semelhança.



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011



O RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO



ORIGEM, FILOSOFIA, ESSÊNCIA


A MAÇONARIA

 
A maçonaria é uma instituição universal. Mais do que isso, é uma filosofia. Mais do que isso, é uma filosofia de vida. E, mais do que isso, é um estado de espírito. No sentido contrário, havendo o estado de espírito, os homens livres e de bons costumes se juntam aos similares em filosofia de vida, em filosofia e se associam em instituições maçônicas.



A maçonaria é, então, associativa e congrega homens com objetivos comuns, dentro dos princípios fundamentais estabelecidos pela ordem maçônica.


Sua origem, a nosso ver, vem de tempos imemoriais. Entre os homens da caverna já deviam existir aqueles que se diferençavam do demais pelo seu comportamento,


princípios, espírito de indagação. Era o maçom das cavernas.


No tempo da construção dos grandes templos e catedrais, apareceu o maçom operativo,corporativo, com a missão de edificar obras de importância e de transmitir os seus conhecimentos aos que deveriam sucedê-los, os companheiros e aprendizes.Depois, veio a maçonaria especulativa, que admitia os interessados nos ofícios e na investigação. A verdade era o seu objetivo.






A MAÇONARIA SIMBÓLICA

A maçonaria moderna teve início com a fundação da Grande Loja de Londres, em 1717,formada pela associação de maçons que se reuniam em tabernas (O Ganso e o Grilo, A Coroa, A Macieira e A Taça e as Uvas). Foi a primeira Potência fundada e elegeram umGrão-Mestre. A Constituição de Anderson, encomendada pelo Grão-Mestre àquele pastor presbiteriano, veio dar estrutura à Instituição.


   Os maçons da região de York tinham outra visão da maçonaria. Defendiam a soberania e a independência das lojas e os antigos usos e costumes. Por isso, chamavam os da Grande Loja de Londres de “Modernos” ou “Aceitos”, em contraposição a eles, que se autodenominavam “Antigos”. Esses, em 1753, constituíram uma outra obediência, a dos “Antigos Maçons”. Esta divisão persistiu por 60 anos, quando, em 1813, juntaram-se, formando a Grande Loja da Inglaterra, obediência que perdura até os dias atuais.


    A Grande Loja da Inglaterra é a casa mãe da maçonaria moderna. Só admite os graus simbólicos, aprendiz, companheiro e mestre, e adotam o Rito de Emulação, também conhecido erroneamente como Rito de York.
O PROCESSO INICIÁTICO

     A iniciação é a o processo pelo qual se distingue a ordem maçônica e que deve ser o centro da atividade em loja. Através dela se procura abrir a consciência humana e pesquisar o justo equilíbrio entre a razão humana e os impulsos instintivos e que trarão a satisfação, a paz e a serenidade.


    A iniciação é um processo individual dentro do cenário de uma coletividade e que permite ao indivíduo levar os novos valores para a vida profana, fora de nossos templos.Pode-se praticar a filosofia e a filantropia sem rito, sem rituais e sem paramentos. Esses,entretanto, o rito, os rituais e os paramentos são indispensáveis para a iniciação e para o processo iniciático e que, só através dele, se pode atingir o universal.


    A resposta às grandes questões humanas, como o nosso lugar no universo, nossa angústia diante da morte, a interpretação dos grandes mistérios da humanidade e a interpretação da transcendência, particularidades de cada consciência, são assimiladas através do processo iniciático.


Esta é a razão pela qual o REAAque praticamos difere da concepção dos maçons americanos, para quem o GADUé somente o Deus revelado. No espírito do Rito, tudo é símbolo. O GADUé um símbolo, interpretado como todos os símbolos, de acordo com a consciência de cada um.
Para ser admitido em nossa ordem é necessário ser  filósofo, filantropo e humanista, mas, no interior de nossos templos, a atividade dos trabalhos é centrada na iniciação, nossa especialidade. Todo o resto pode ser feito no mundo profano, em outras associações, tão ou mais competentes, inteligentes e eficazes.

RITOS E RITUAIS

O mestre Aurélio assim define RITO:






1. As regras e cerimônias que se devem observar na prática de uma religião.


2. Qualquer cerimônia de caráter sacro ou simbólico que segue preceitos


estabelecidos.


3. Sistema de organizações maçônicas.
4. As normas do ritual.


Poderíamos, em nosso caso, afirmar que RITO é o conjunto dos princípios, regras e cerimônias que caracterizam uma prática maçônica. Existem vários ritos adotados pelas obediências maçônicas, como o Moderno, o Brasileiro, o de Emulação ou de York, o Adonhiramita, o Escocês Antigo e Aceito e outros. Destes, o mais difundido é o Rito Escocês Antigo e Aceito, o que nós praticamos. Todos eles levam, indistintamente, a prática da maçonaria em sua essência, cujos princípios fundamentais são obedecidos. Distinguem-se por certos princípios e práticas, às vezes conflitantes.


Ritual é forma com que se realizam as cerimônias e práticas do rito.


Então, RITO é a essência, RITUAL é a forma de praticá-lo.

A MAÇONARIA FILOSÓFICA OU ALTOS GRAUS: ORIGEM


O mestre maçom investigador, insatisfeito com os conhecimentos até então adquiridos, procurou uma forma de se aprimorar e obter respostas às grandes questões existenciais.
Daí a procura e a razão da existência dos Altos Graus.
O REAAnasceu na França, vindo, provavelmente de corporações escocesas de Kilwining, na Escócia. Maçons do Oriente, após guerras na Palestina, teriam se deslocado para a Escócia e foram os responsáveis pela disseminação da maçonaria, muito mais que a Grande Loja da Inglaterra. No Século XVII proliferava o comércio de altos graus, de toda sorte de ritos, com aventureiros aproveitando-se da crendice e vaidade humanas. Em 24 de novembro de 1754, foi fundado na França o Capítulo de Clermont, num sistema escocês de 7 graus. Seu fundador foi o Cavaleiro de Bonneville.Em 1758, foi fundado, por Pilet, em Paris o “Conselho Soberano dos Imperadores do Oriente e do Ocidente, Grande Loja de São João de Jerusalém”, criando um sistema deAltos Graus, limitado a 25, sistema oficializado em 1762.


A partir de 1758, até 20/9/1762, o Capítulo de Clermont incorporou-se ao “Conselho dos Imperadores”. Nesta data, a nova potência sancionou a Grande Constituição de Bordeaux,contendo 35 artigos, sistema de 25 graus, institutos, estatutos, regulamentos e instruções


suplementares. O “Conselho dos Imperadores” tinha como corpo máximo o “Consistório dos Príncipes do Real Segredo”. Este Conselho dos Imperadores, em 27/8/1761, nomeou Etienne (Stephen) Morin, judeu parisiense, Deputado e Grande Inspetor em todas as partes do Novo Mundo e lhe forneceu uma Patente que o autorizava a instalar Corpos Maçônicos de todos os graus do sistema de 25 graus. Esse sistema de 25 graus vigorou nos Estados Unidos até 1801. Morin, ainda em 1761, foi para a Ilha de San Domingos, hoje Haiti, e fundou em Le Cap, capital da metade ocidental francesa, a Maçonaria Escocesa, iniciando e substabelecendo


seu poder a outros 16 cidadãos, dos quais 13 eram judeus. Outorgou-lhes o título de Grandes Inspetores Gerais Adjuntos. Um deles, o IrHyman Isaac Long, substabeleceu, depois, seus poderes a outros.


Jean Baptiste Marie Delahogue, francês, em 1773, estava em Le Cap, onde ocupava o cargo de Notário. Alexandre François Auguste de Grasse (ou Auguste de Grasse-Tilly) foi para Le Cap em 1788. Lá conheceu Delahogue e casou-se com sua filha em 1789.
Grasse-Tilly, militar, coronel, combateu a insurreição dos “mulatos” em Le Cap, que foi incendiada pelos amotinados. Fugiu para Charleston, Carolina do Sul, USA, em 1793.
Delahogue e Grasse-Tilly (sogro e genro) estavam em Charleston em 1793. Não há provas de que já tivessem sido iniciados. Em 1795, apareceram Delahogue e Grasse-Tilly como fundadores da Loja “La Candeur”, cujo quadro era formado por católicos romanos.
Em 1798, De Grasse-Tilly já era venerável desta Loja.
Em 1796, Hyman Isaac Long, discípulo de Morin, instalou em Charleston um “Grand Constituição de 1762. Concedeu patentes de “Deputado Grande Inspetor Geral” a 7 Maçons, entre eles Delahogue e Grasse-Tilly e concedeu-lhes outra Patente que os autorizava a instalarem o Grande Sublime Consistório dos Príncipes do Real Segredo, o que foi feito em 1797. Claro era o objetivo da maçonaria francesa de organizar uma maçonaria escocesa regular no novo mundo, em território americano, de acordo com a Patente de Morin de 1761.
Em 31/5/1801, foi anunciada a fundação do “The Supreme Council of the 33rd Degree for the United States of America”, lideradas pelos IIr.: John Mitchell e Frederick Dalcho. A fundação foi concretizada em 1802, com 9 fundadores, entre os quais Delahogue e Grasse-Tilly. Interessante notar que em um quadro de fins de 1802 daquele Supremo Conselho não consta os nomes de Grasse-Tilly e Delahogue, que assumiram os cargos de Soberano Grande Comendador e Lugar-Tenente Comendador nas Índias Ocidentais Francesas, respectivamente.
Em 22/9/1804, Grasse-Tilly retorna à França, que se encontra em grande agitação maçônica, com dissidências e querelas nos Altos Graus. Funda o “Supremo Conselho para a França”, permanecendo como Soberano Grande Comendador nos períodos 1804-1806 e 1818-1821. Faleceu em 14/4/1822.
  O Conde de Sussex, Grão-Mestre da Grande Loja Unida da Inglaterra (fusão da Grande Loja de Londres e da Grande Loja de York) obteve, em 1819, uma Patente concedida por Decazes, Soberano Grande Comendador da França, para a fundação do Supremo Conselho do Rito Escocês para a Inglaterra. Para preservar a unidade da maçonaria inglesa, deixou de cumprir seu intento, dirigindo sua Potência com mãos de ferro.
Em 12/11/1832, Francisco Gomes Brandão, o Montezuma (Francisco Gê Acayaba de) funda o Supremo Conselho do Grau 33 do Brasil, recebendo os documentos que lhe conferiam o direito em 23/2/1834, do Supremo Conselho dos Países Baixos. Mário Behring, aproveitando-se de cargos ocupados no Grande Oriente do Brasil, apoderou-se de documentos importantes e da Patente do seu Supremo Conselho. Com ela, fundou, em 1927, as Grandes Lojas do Brasil e seus Altos Corpos. Em 1973, provocado pela crise no Grande Oriente do Brasil, foram fundadas as Potências Simbólicas Independentes, originalmente agrupadas no Colégio de Grãos-Mestres e, hoje, formando a COMAB, Confederação Maçônica do Brasil. Foram, também, fundados os Supremos Conselhos Estaduais, hoje em número de 10, independentes, coordenados e em sintonia através da Excelsa Congregação. Os documentos básicos dos Altos Corpos Filosóficos, em ordem cronológica, são:


•O Discurso de Ramsay, de 1737, publicado em 1738.
•A Constituição de 1762, emanada do Conselho dos Imperadores do Oriente e do
Ocidente, complementada por Estatutos, Institutos e Regulamentos Gerais; a


Patente de Morin.


•Os Novos Institutos Secretos e Fundamentais, que, falsamente atribuídos a
Frederico II, embora sejam posteriores, constam com data de 1786.
•As Constituições, Estatutos e Regulamentos para os governo do Supremo
Conselho dos Inspetores Gerais, também atribuídos a Frederico II e com data de
1786, embora sejam posteriores.
•As resoluções do Congresso de Lausane, de 1875.


A ESSÊNCIA DO REAA


O REAApode ser definido como um sistema de ensino e aprimoramento humano, dividido em grupos e graus.
Os três primeiros graus formam a chamada Maçonaria Azul, que agrega as Lojas
Simbólicas, os graus 1, 2 e 3, Aprendiz, Companheiro e Mestre, respectivamente. O reino é o mineral. É a fase em que se deve trabalhar a tolerância, no desbaste da Pedra Bruta.
O grupo seguinte, dos graus 4 ao 14, ditos Inefáveis, tem a cor verde como símbolo e simboliza a transição entre o azul e o vermelho.. O reino é o vegetal e dá seqüência ao processo de aprimoramento do Homem Maçom.
Os graus 15 ao 18 formam os Capítulos e são os graus da expansão, simbolizado pelo vermelho, a cor do sacrifício. O reino é o animal. São graus caracteristicamente espirituais.
Os graus 19 ao 30 estão inseridos nos Conselhos de Kadosh, simbolizados pela cor negra, a cor do luto e da tristeza e que tomam conta do Iniciado ao julgar que seu sacrifício e ardor foram em vão. É uma fase de elevação rápida. O reino é o humano.
Chega-se, finalmente, ao Supremo Conselho, representado pela cor branca, que simboliza a paz e a serenidade do Iniciado, quando alcança a plenitude e desenvolveu a espiritualidade pura, livre de qualquer sentimentalismo. O reino é o divino.

A DEFESA DO RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO

O Supremo Conselho da França, o 1º Supremo Conselho europeu, julga-se no dever e no direito de preservar o rito em sua essência. Em 1996, juntamente com o Supremo Conselho da Bélgica (um dos componentes do Supremo Conselho dos Países Baixos, fundado em 1817), criaram um grupo que tinha como objetivo restaurar o rito em sua origem, em sua essência. A eles se juntaram Supremos Conselhos de países europeus e africanos, dadas as influências da França e Bélgica na África. Criaram um grupo que se reuniu em 1996 em Paris e em 1998 na Bélgica. Aí estava fundado o Grupo dos Signatários das Resoluções de Paris, Gand, agora acrescidos daquelas tomadas em reuniões em Atenas e Belgrado e Libreville.
Essas resoluções procuram caracterizar o REAAem sua essência, sem importar fundamentais do rito. O rito foi muito deturpado no tempo e no espaço. Os americanos o alteraram profundamente, fazendo com que ele se tornasse uma forma de ascensão econômica e social, deixando os verdadeiros valores intrínsecos da pessoa humana, da busca da verdade e do aprimoramento interior.
Abaixo os pontos fundamentais do REAAaprovados pelos Signatários e que caracterizam a sua regularidade:


1. O processo iniciático é uma busca espiritual que se apóia na invocação de um
Princípio Superior ou Criador, com o nome de Grande Arquiteto do Universo.
2. Presença do Livro da Lei Sagrada aberto sobre o Altar dos Juramentos. Como tal,entende-se, para nós, a Bíblia.
3. A referência aos Documentos de Fundação, as Constituições e Regulamentos de 1762 e as Grandes Constituições de 1786 e as Resoluções do Congresso de
Lausanne de 1875, tais como adotados por todos os Supremos Conselhos do
Mundo.
4. O uso dos dísticos “Ordo ab Chao” e “Deus Meunque Jus”.
5. O respeito ao processo iniciático.
6. Não aceitar a maçonaria mista e não admitir mulheres nos trabalhos regulares das lojas.
7. O caráter aberto e adogmático da espiritualidade.
    O Grupo Internacional do REAApreocupa-se com a essência do Rito, conforme resoluções aprovadas e descritas acima. Não leva em consideração particularidades e tradições, seja nos rituais, nos paramentos e outros aspectos acidentais da execução do rito. Para exemplificar, entre os membros desse grupo, os Grandes Inspetores Gerais, Membros Efetivos ou não, usam somente a faixa do grau 33, sem avental e barrete.

O Soberano Grande Comendador usa somente o colar do cargo, sem barrete e avental.
Tudo muito simples e despojado de pompas.
  Os rituais também apresentam diferenças. O Supremo Conselho da França, pelo que informaram, eliminou todas as alterações que porventura foram feitas no tempo e retornaram aos rituais originais de 1804. Citando um exemplo, o grau 31, o Grande Tribunal, tem como tema a cripta dos sábios. O Tribunal Vêhmico, do somente com o Grande Acampamento. Há também mudanças no graus que são iniciáticos e nos que são de comunicação.
   Há uma preocupação constante entre os Supremos Conselhos que compõem a Excelsa Congregação para a adequação dos rituais que utilizamos em nossas Templos no sentido de praticar a pureza do REAA. Diálogos têm sido mantidos com o Supremo Conselho da França, que seria o guardião dos princípios que devem nortear os nossos procedimentos em Loja, fruto de pesquisas que levaram ao retorno dos rituais originais.
Há algumas diferenças, pequenas, não preocupantes, que podem ser trabalhadas nosentido de uma prática uniforme, sobretudo naquilo que representa a essência escocesa.

CONCLUSÃO


Este despretensioso trabalho visa acrescentar mais uma pequena pedra na construção de nosso edifício interior, visando o aprimoramento dos conhecimentos que nos proporcionam o REAA.
Visa, sobretudo, situar o Rito no contexto mundial contemporâneo e a posição dos Supremos Conselhos que compõem a Excelsa Congregação no grupo internacional que procura a preservação e a pureza daquilo que se deve manter e divulgar entre os companheiros desta filosofia de vida e de construção de um homem melhor e mais voltado para a sua essência, o seu interior.
Agradeço ao Supremo Conselho do Mato Grosso pelo convite e a oportunidade de aqui me expressar, relatando um pouco do que tem sido essa experiência de 8 anos entre os Supremos Conselhos deste mundo que compõem o Grupo Internacional, sempre vigilante no que se refere ao REAA.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Anno lucis 5.771 e diamantes



Anno lucis 5.771 e diamantes

Há muitos modos de contar o tempo pretérito. Um deles é somar 3760 ao ano civil, levando-se em conta que o mundo teria sido criado por Deus há 4000 anos (segundo os intérpretes ortodoxos da Bíblia) e que, 240 depois, a Luz do conhecimento sagrado fora transmitida a Adão durante uma iniciação no Jardim do Edem. Mais de 28% da população mundial conta o tempo e numera os anos de acordo com outras tradições. O calendário judaico é contado a partir de 7 de outubro do ano 3760 a.C; o ano Rosacruz começa a 21 de março (início do ano natural), contado a partir de 1352 a.C. O ano que numeramos como 2011 é o ano 1432 islâmico que se baseia no ciclo lunar, partindo do primeiro dia do primeiro mês - 1° de Muharram - do ano da Hégira. Se estamos em 2011, este é um número arbitrário adotado pela igreja católica romana após dezenas de ajustes entre o calendário eclesiástico, a história e a astronomia. Desde a Renascença houve centenas de correções no calendário. O calendário que usamos hoje foi inventado pelo Papa Gregório XIII em 1580. Leiam "História do Calendário" de Hernâni Donato, historiador, jornalista e professor brasileiro ou, se quiserem aprofundar mais e ficarem atônitos com os arranjos feitos pelas religiões e pelos reis nos séculos XVI e XVII, leiam "Calendar: Humanity's Epic Struggle to Determine a True and Accurate Year" de David Ewing Duncan ou "Mapping Time: The Calendar and Its History" de E. G. Richards. Em termos de numerar o tempo, tudo não passou de convenção.



A data fatídica recentemente enunciada num jogo de algarismos espelhados (21122012~21022112) é uma infantilidade decorrente do desconhecimento da história dos calendários. Toda profecia numerológica é mágica, baseia-se erroneamente no calendário inventado pelo papa Gregório. E todas continuarão falhando: o dia 21-12-2012 será um dia como todos os outros. O charme dos algarismos espelhados (hábito e diversão dos matemáticos da Idade Média para entreter a corte) poderia ter apontado para qualquer sequência de algarismos que apresentassem essa curiosidade, por exemplo: 17-07-1707 (dezessete de julho de mil setecentos e sete). Os antigos intérpretes ortodoxos da Bíblia entenderam que estamos no "Anno lucis 5.771" (e nisso concordava a simbologia dos textos maçônicos, pois James Anderson era pastor anglicano e se deixou levar pelos cálculos de James Ussher e Etienne Stephen Hales).


A partir da 00:00 hora da última sexta-feira, entramos no “anno lucis 5.771" e não aconteceu absolutamente nada. Façamos as contas: 5+7+7+1=20. Prossigamos, 2+0=2. Por outro lado, 2011 dá no seguinte "cálculo numerológico": 2+0+1+1=4. A raiz quadrada de 4 é 2, o que não significa absolutamente nada em termos proféticos. Raízes quadradas sempre existiram. As redondas também. Daí, as geleiras estão lá - gelando tudo - e as latinhas de cerveja que o esquimó colocou para o réveillon viraram pedra. O tal esquimó teve que levar todas para o Al Gore aquecer, pois mudanças climáticas, deriva continental, eclipses, equinócios, terremotos e tsunâmis existem desde que o mundo é mundo. Releiam os livros de História e de Ciências.


Levantei cedo e conferi: humm, hummm... as árvores continuam verdes... a castanheira que a prefeitura e a Cemig podam 9 vezes por ano, continua crescendo num ritmo desesperado entre o asfalto e o passeio de cimento. A árvore nem dá notícia das centenas de caminhões e ônibus a óleo-diesel que desfilam sob suas frondosas galhas, entupindo os espaços da folhagem com repugnante CO2. Autotrófica, a árvore desembesta pela fotossíntese e tudo vai voltando ao normal. Os bem-te-vis continuam gritando a partir das 4:40 da manhã. Acordo com a algazarra canora e aproveito para agradecer a Deus a existência de aves que, a julgar pelo nome, bem-nos-veem. “Anno 5.771”, não aconteceu nada e, se deixar, aquela graminha que apareceu entre o muro do prédio e a cerâmica do piso, vira uma árvore num piscar de olhos; em menos de seis meses, racha a parede e compromete a rede de esgoto. Nada detém a natureza, nem mesmo as superstições. A clorofila e a hemoglobina nem sabem que existimos. Cuidam do seu papel levando oxigênio e outros bujões de gazes aos órgãos consumidores. Apenas cumprem a lei ditada pelo Criador há 4.849.155.929 de anos atrás: CRESCEI E MULTIPLICAI-VOS. Você joga inseticida hoje, e amanhã à noite reaparecem as mesmas formigas, rindo na nossa cara. Começou o “Anno Lucis 5.771” e o Rio de Janeiro continua lindo! Começou 5.771 e São Paulo não parou por causa disso, nem Belo Horizonte andou mais depressa. Dilma Vana Rousseff tomou posse de mãos dadas com o PMDB. Não obstante, eixo da Terra está firme. Segundo os pessimistas, o eixo e os polos ele desviarão 0:01:002 graus só daqui a 68.826 anos.


O que poderiam anunciar os "endotéricos" é a possível mudança na mentalidade das pessoas. Que tal aumentarmos o aquecimento global entre homens, mulheres, crianças e idosos? Temos que derreter geleiras de indiferença e deixar que o nível do mar chamado Fraternidade inunde as terras todas. Precisamos de um tsunami de afeto, um terremoto que sacuda a cabeça dos políticos e um tornado que torne melhores os chefes idiotas - já que não se pode ficar livre deles sem perdermos o emprego. Precisamos de um safanão sistêmico que empurre para bem longe os picaretas, os falsos profetas e os que se dizem “representantes de Deus”. Os famintos e os deserdados clamam por verdadeiros provedores da dignidade humanidade. Ninguém precisa de mercadores de livros fantasiosos e gurus libidinosos. Deste “anno 5.771" até 68.826, precisamos rever esses livros em código que subjugam a humanidade através do medo. Não queimá-los - pois não se queimam livros; mas denunciá-los como lixo mental. Vamos cuidar de crescer e nos multiplicarmos sobre a face deste que é o melhor dos mundos. Cresçamos mentalmente e multipliquemo-nos fisicamente segundo os bons e velhos métodos inventados por Deus.


ENQUANTO ISSO, OBSERVANDO O CÉU AZUL, DEU-SE O SEGUINTE: astrônomos ingleses descobriram um planeta, a 1.200 anos-luz da Terra, com altíssimas concentrações de carbono. Isso levou o mundo científico e os magnatas a imaginarem a existência de algum planeta todo de diamantes. É o caso do especialista em diamantes da De Beers, Robert Cheng cujo olho cresceu. Afinal de contas, grafite, carvão e diamante são farinha do mesmo saco, com a diferença que ninguém coloca diamante na lapiseira, nem as madames desfilam com colares de carvão. O planeta de carbono foi batizado Wasp 12b, onde, ao invés de mares, existem lagoas de piche incandescente. Imaginem essa tralha toda chegando na Terra: teremos ruas perfeitamente asfaltadas com incrustações de diamantes! "Diamantes São Eternos", dizia Ian Fleming, autor do 007.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Filosofia



  Filosofia   



A Maçonaria buscou sua essência filosófica, nas mais diversas escolas do pensamento humano.







É possível descobri-la entre os filósofos gregos, dos períodos romano e helenístico. Sua identificação fica mais clara ainda, quase que em sua totalidade, junto às escolas filosóficas modernas: Renascimento, Racionalismo e Iluminismo.
O grande objetivo das escolas modernas, era a liberação da consciência humana.
Além da prática do livre pensamento, a filosofia moderna traz impregnada em sua estrutura, um programa que vai desde a valorização da vida natural, passando pela ciência e investigação científica, até o reconhecimento dos valores e direitos individuais.
ESCOLA DO FILOSOFAR
A Maçonaria é uma instituição universal, fundamentalmente filosófica, trabalha pelo advento da justiça, da solidariedade e da paz entre os homens.
De acordo com o grande professor, Irmão Moisés Mussa Battal, da Grande Loja Maçônica do Chile, a Maçonaria não é uma escola filosófica, mas uma escola do filosofar.
"A tarefa essencial da filosofia maçônica é irradiar a luz de nossos princípios e de nossos hábitos para melhorar a condição humana. Mais que monovalente, ou seja, de uma só linha, de uma só raiz, ela é polivalente. Tem vertentes, então, que a alimentam e ela se reparte como um delta no mundo profano. É tradicionalista e às vezes progressista; isto parece um paradoxo, mas não o é; tradição é conservar o melhor do passado para utiliza-lo em compreender mais o presente e preparar um porvir melhor que o presente. Ela não é o ensinamento de um conjunto de normas e princípios; nem um pensar exclusivo e excludente; é uma reflexão da vida e para a vida".
A FILOSOFIA MAÇÔNICA
Em "Lições de Filosofia e Maçônica" o Irmão Moisés Mussa Battal, traz diversas e importantes definições sobre o tema.
"A filosofia maçônica separa o valioso do sem valor nas doutrinas e sistemas que a História conheceu; o permanente, constante, do arcaico, e o proveitoso para o homem e a sociedade do inútil para ele.
A filosofia maçônica coloca o homem no centro de sua preocupação e trabalha pela crescente melhora de suas condições vitais.
A filosofia maçônica nos incita a procurar para o homem a dignidade, o decoro, a consideração e o respeito `a sua personalidade, cinzelada nas contingências da vida, enquanto ela se desenrola em torno de um temperamento, de uma vontade, uma inteligência e uma vocação.
A filosofia maçônica deseja que o ser e a existência do homem girem em torno de três valores superiores que a História destacou como as maiores conquistas da humanidade: liberdade, igualdade e fraternidade. Ela pondera mais que nenhuma outra, dentre as três, a fraternidade, pela transcendência e os benefícios que implica e abarca tanto na esfera do individual como no coletivo.
A filosofia maçônica quer defender o homem da ignorância e da incultura, dos temores e das necessidades, da exploração e das injustiças, do fanatismo do dogma, dos tabus sobretudo da opressão e das tiranias interiores e exteriores de qualquer classe.
A filosofia maçônica deseja situar o homem numa sociedade onde reine a ordem e o trabalho, a igualdade de possibilidades e de oportunidades, a paz e o progresso, a competência não bastarda, mas que desenvolva as capacidades e as iniciativas, e a cooperação e a solidariedade contidas em seu ser. Quer prepara-lo para viver e atuar inteligente e construtivamente num regime democrático e conseguir a melhora e o aperfeiçoamento deste seu regime, de maneira que alcance o que ele ofereça nos campos econômico, social, cultural e político. E defende o regime democrático porque, até agora, é o que melhor se apresentou. E o quer total e não parcial.
A filosofia maçônica quer faze-lo sentir e segurar e incorporar a seu ser e existência esta noção da independência, da interação, da intercomunicação dos indivíduos e dos grupos e dos povos da humanidade. Ao procurar-lhe esta consciência está fundamentando a fraternidade humana, a paz e a solidariedade.
A filosofia maçônica mostra ao homem o incalculável valor da arte de pensar bem e do domínio humano, pelo saber, sobre a natureza e a sociedade. Ela lhe mostra, também, o valor incalculável do livre exame e da dúvida metódica e o domínio sobre os meios e instrumentos que reclamam uma ação sábia, prudente e eficaz. Evidencia e demonstra-lhe que a ciência e a lógica, em que pese sua eficiência e utilidade, não satisfazem toda a ânsia humana de saber nem sobrepujam nem superpassam as contingências na existência humana. Demonstra a ele que o concerto harmônico de cérebro, mão e coração é superior a todo intelectualismo enfermiço, a todo falso ou aparatoso romantismo, a todo predomínio controlado da técnica desumanizada. Procura fazer que sua vida se deslize dentro do triângulo áureo da verdade, do bem e da beleza. E que uma vez organizada e afinada sua vida, ela se ponha ao serviço do bem comum. Forma homens, forma dirigentes, forma combatentes pela verdade e o bem. Acende no homem sua fé e seu entusiasmo em torno das possibilidades de superação que há em todos os indivíduos e em todos os povos. Consolida sua crença em que o superior emerge do inferior e em que um transformismo meliorativo, que melhora a condição humana, é factível não sòmente na condição humana, mas em toda ordem de coisas. Trata de dissipar nele toda burla e perda do sentido de universalidade, todo resto de cepticismo infecundo e sobretudo toda mostra de dúvida constante e cega, pirrônica. Sustenta no homem sua adesão insubornável aos poderes do entendimento e da razão, mas sem menosprezar os aportamentos empíricos da experiência. Leva-o a apoiar-se num positivismo científico e não estacar-se no exercício da meditação e das lucubrações nos campos metafísicos da ontologia, da gnoseologia e da axiologia. Reforça suas preocupações e seus estudos comparados em torno das religiões para retemperar nela a tolerância; respeitar a inata religiosidade e abraçar um deísmo ou um gnosticismo eqüidistante do ateísmo estéril e do teísmo anticientífico e antirracional, sempre eivado de sectarismo e de proselitismo anacrônicos. Ele é levado a assumir uma atitude tolerante frente ao magismo, ou seja, à magia e à parapsicologia; mas também evitar que se entregue com entusiasmo infundado estas ocupações; logo verá, diz, a luz pelo caminho da investigação nestes casos em particular.
A filosofia maçônica está ao lado do espiritualismo, sem deixar de considerar e ponderar o que houver de valioso e provado nas correntes materialistas. Adere ao postulado que está acima do individualismo e do coletivismo obsecado e segundo o qual o indivíduo existe em, por e para a sociedade e esta, ou seja, a sociedade, existe por e para o indivíduo. Exalta a preocupação pela existência humana, seus problemas, suas preocupações, suas esperanças, mas sem cair nas garras do existencialismo, sobretudo do pessimista tétrico e aniquilador.
Confirma no homem a necessidade da organização e da hierarquia, da direção, da subordinação, dos regulamentos; da conseqüente seleção no ingresso e na ascenção, até a formação de um agrupamento humano de elite. Da disciplina consciente e aceita; da divisão do trabalho e da cooperação e da solidariedade institucionais.
Recorre aos continentes constantes, símbolos, números, alegorias, rituais etc., para moldar neles os conteúdos circunstanciais das épocas históricas e manter assim a persistência das doutrinas e dos costumes, conforme à lei de constante mudança e do vaivém ideológico e das modas imperantes. Reforça o caráter prospectivo do homem e a vantagem de que se fixem metas e fins preestabelecidos em sua existência, objetivos e fins que possa alcançar, utilizando o poder, o saber, a estabilidade emocional e a serenidade.
Aproxima-se a filosofia maçônica do socratismo e do aristotelismo e mais, ainda, do estoicismo e do senequismo, às posições renascentistas e racionalistas; inviolavelmente adicta a Ilustração ou Iluminismo; ligada estreitamente ao criticismo kantiano; ao espiritualismo; ao positivismo e, particularmente, ao evolucionismo e à filosofia da vida; ela se retira certa e efetivamente da órbita de Nietzsche e de Marx, de Sartre e de Camus que atentam contra a personalidade humana; e tem contatos, em compensação, à distância, com o intuicionismo e os movimentos fenomenológicos prospectivos e axiológicos.
Esta é, numa síntese abreviada, muito reduzida e quase esquemática, a relação de como a filosofia maçônica enquadrou-se na filosofia geral e extraiu estas posições e destas tendências".
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
A Maçonaria é uma Ordem Universal, formada por homens de todas as raças, credos e nacionalidades, acolhidos por iniciação e congregados em Lojas, nas quais, por métodos ou meios racionais, auxiliados por símbolos e alegorias, estudam e trabalham para a construção da Sociedade Humana.
É fundada no Amor Fraternal, na esperança de que com Amor a Deus, à Pátria, à Família e ao Próximo, com Tolerância, Virtude e Sabedoria,com a constante e livre investigação da Verdade, com o progresso do Conhecimento Humano, das Ciências e das Artes, sob a tríade - Liberdade, Igualdade e Fraternidade - dentro dos princípios da Razão e da Justiça, o mundo alcance a Felicidade Geral e a Paz Universal.
Desse enunciado, deduzem-se os seguintes corolários:
a. A Maçonaria proclama, desde a sua origem, a existência de um PRINCÍPIO CRIADOR, ao qual, em respeito a todas a religiões, denomina Grande Arquiteto do Universo;
b. A Maçonaria não impõe limites à livre investigação da Verdade e, para garantir essa liberdade, exige de todos a maior tolerância;
c. A Maçonaria é acessível aos homens de todas as classes, crenças religiosas e opiniões políticas, excetuando aquelas que privem o homem da liberdade de consciência, restrinjam os direitos e a dignidade da pessoa humana, ou que exijam submissão incondicional aos seus chefes, ou façam deles - direta ou indiretamente - instrumento de destruição, ou ainda, privem o homem da liberdade de manifestação do pensamento;
d. A Maçonaria Simbólica se divide em três Graus, universalmente Reconhecidos e adotados: Aprendiz, Companheiro e Mestre;
e. A Maçonaria, cujo objetivo é combater a ignorância em todas as suas Modalidades, constitui-se numa escola mútua, impondo o seguinte Programa:
- obedecer às leis democráticas do País;
- viver segundo os ditames da Honra;
- praticar a Justiça;
- amar ao Próximo;
- trabalhar pela felicidade do Gênero Humano, até conseguir sua emancipação progressiva e pacífica.


f. A Maçonaria proíbe, expressamente, toda discussão religiosa-sectária ou político-partidária em seus Templos;


g. A Maçonaria adota o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso, como suas Três Grandes Luzes Emblemáticas. Durante os trabalhos, em Loja, deverão estar sempre sobre o Altar dos Juramentos, na forma determinada nos Rituais;


A par desta Definição de Princípios Fundamentais, e da declaração formal de aceitação dos Landmarks, codificados por Albert Gallatin Mackey, a Maçonaria proclama, também, os seguintes postulados:


I - Amar a Deus, à Pátria, à Família e à Humanidade;


II - Exigir de seus membros boa reputação moral, cívica, social e familiar, pugnando pelo aperfeiçoamento dos costumes;


III - Lutar pelo princípio da Eqüidade, dando a cada um o que for justo, de acordo com sua capacidade, obras e méritos;


IV - Combater o fanatismo e as paixões que acarretam o obscurantismo;

V - Praticar a Caridade e a Benemerência de modo sigiloso, sem humilhar o necessitado, incentivando o Solidarismo, o Mutualismo, o Cooperativismo, o Seguro Social e outros meios de Ação Social;

VI - Combater todos os vícios;

VII - Considerar o trabalho lícito e digno como dever primordial do Homem;

VIII - Defender os direitos e as garantias individuais;

IX - Exigir tolerância para com toda e qualquer forma de manifestação de consciência, de religião ou de filosofia, cujos objetivos sejam os de conquistar a Verdade, a Moral, a Paz e o Bem Estar Social;

X - Os ensinamentos maçônicos induzem seus adeptos a se dedicarem à felicidade de seus semelhantes, não somente porque a Razão e a Moral lhes impõem tal obrigação, mas porque esse sentimento de solidariedade os fez Filhos Comuns do Universo e amigos de todos os Seres Humanos.








terça-feira, 21 de dezembro de 2010

CONFLITO DE RELIGIÕES...




O Conflito de Religiões







Como pode a Maçonaria, no seu Universalismo e Tolerância, contribuir para o Amor, a Fraternidade e a Paz entre os Homens, no respeito de cada um pelo seu Deus e pelo Deus dos outros:.


No mote para esta sessão aparecem algumas noções que, na minha opinião, merecem ser clarificadas e com isso tentarei expressar a minha opinião enquanto Homem de fé Judaica.


O conflito de religiões é na minha perspectiva um falso problema. É certo que a fé é usada como argumento para o conflito, mas a fé não está no centro do problema. Não pelo menos nos tempos que correm.


Os conflitos em nome de Deus, têm sempre como motivo fundamental questões económicas, sociais, demográficas e politicas. Muito pouco de religião.


No entanto o Marketing é tudo. Quem daria a primeira página a um conflito que não se arvore como em Nome de Deus. Quem conseguiria levar para frente de batalha homens sem os motivar em Nome de Deus.


Difícil aceitar, para nós verdadeiros crentes, que pseudo Crentes manipulem o conceito de Deus para prosseguirem os seus objectivos comezinhos e terrenos.


A segunda noção é “Seu Deus e o Deus dos outros”. Deixando de lado outras fés que não as comummente chamadas Monoteístas, então esta afirmação não faz sentido.


As 3 religiões do Livro, Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, quando se referem a Deus referem-se claramente a UM e Único Deus, o mesmo.


Isto leva-nos a que uma ofensa ao “Deus dos outros” seja uma ofensa ao nosso próprio Deus, pois Ele é Um e Único, pelo que o não respeito do “Deus dos outros” é uma falta de respeito ao “seu Deus”.


A terceira noção presente é a Tolerância. A tolerância tão apregoada pela Maçonaria, é em minha opinião, um conceito perigoso.


Perigoso por duas razões essenciais:


1. Não é paritário;


2. Não é mensurável.


Tolerar alguém, ou algo é uma relação de superioridade para com esse alguém ou esse algo. Numa relação de Tolerância há o Tolerante e o Tolerado, é certo que cada qual pode ser as duas coisas simultaneamente, mas o mais normal é cada um de nós aplicar o conceito de tolerância quando a coisa não correu conforme o esperado.


Não é mensurável, pois não é possível definir até onde se deve ou se pode ser Tolerante. E como dizia Fernando Teixeira “ o limite da tolerância é a estupidez “.


Temos então que:


Não havendo Conflito de Religiões mas sim Conflitos por outras causas.


Havendo apenas UM e Único Deus.


Sendo a tolerância um conceito perigoso


O tema aparentemente fica vazio. Mas apenas aparentemente.


No meio de tudo está o Homem.


O Homem é o factor decisivo. Decisivo porque tem a mais poderosa dádiva Divina - O Livre Arbítrio.


O homem tem a possibilidade de Amar ou Odiar, de respeitar ou desrespeitar, de pacificar ou guerrear, de ser fraterno ou inimigo.


O Homem essa criatura perfeita dentro da Imperfeição.


É com os homens que teremos que resolver as nossas diferenças, e com eles que teremos que avançar para a solução dos conflitos.


O respeito pelos outros, essencialmente pela diferença é a chave da questão.


E Então que pode a Maçonaria fazer?


A Maçonaria pretende ser e têm sido uma escola. Usando uma via iniciática que de Per Si não serve para nada pois se for interpretada Strictu sensu é mais um ritual e nem sequer consegue substituir o religioso.


No entanto a interpretação desse ritual, conjuntamente com a Acção na Sociedade e não apenas com uma caridade aqui ou outra ali, mas com intervenção politica e social, coerente e fundamentada, pode permitir aos homens Maçons fazerem progredir a sociedade.


Ao contrário do que se prega pelas lojas da nossa obediência, a Maçonaria não é apolítica. O que não permite é que em sessão ritual se discuta politica.


Mas na intervenção na sociedade as Grandes Lojas têm que ser parceiros políticos.


Parceiros políticos, não quer dizer apoiar o partido A ou B ou o candidato X, mas sim pensar a politica, acercar-se dos meios políticos e apresentar a Maçonaria como uma Ferramenta de Prossecução de fins.


E temos que nos meter em todos os assuntos:?


É claro que não, mas temos que ter uma palavra em muitas áreas da política, eventualmente começando pela política social, criando estruturas de apoio ou redes de contactos.


É também evidente que em assuntos de politica internacional as Grandes Lojas devem trocar entre elas as informações relevantes para que o seu contributo para o mundo em que vivemos seja tido em conta pelos respectivos Governantes locais.


Termino com dois exemplos:


Um de acção politica e um outro sobre o primado do homem


Em 1839 / 1840 surge um problema na Síria em que membros de uma confissão religiosa são acusados de assassinar “ritualmente” um sacerdote jesuíta e o seu acólito.


O problema internacionaliza-se e a França e a Inglaterra, potências dominantes na altura tomam o assunto em mãos, enviando para resolver o problema os Sr. Adolphe Cremieux e Sir Moses Montefiore.


Estes dois emissários eram ilustres Maçons no seu tempo, sendo que Montefiore era Embaixador e Cremieux chegou a ser Ministro de França.


E eles com a sabedoria dos Maçons resolveram o problema evitando assim uma crise internacional.


Quanto ao primado do Homem, há uns dias atrás o Papa Bento XVI em visita a Auschwitz – Birkenau perguntou “Onde estava Deus nestes dias:?”


O Rabino Henry Sobel de São Paulo no Brasil escreveu então o seguinte:


“Antes de perguntarmos "onde está Deus", cabe-nos formular a outra pergunta: "Onde está o homem:?" O que está fazendo o homem com o mundo que Deus lhe deu:?”


Concluindo com a seguinte resposta:


“Com todo o respeito, permito-me responder ao Sumo Pontífice: Deus estava onde sempre esteve, esperando que os homens assumissem o seu dever.”


A Maçonaria como organização de Homens Livres e de Bons Costumes tem um poder imenso na prossecução dos desígnios da PAZ, AMOR e RESPEITO dos Homens pelos Homens e consequentemente dos Homens por Deus.